
http://prezi.com/gytorjtm_e_u/a-concepcao-historico-cultural-de-vigotsky/
De acordo com a teoria do psiquiatra John Bowlby a relação privilegiada que o bébé estabelece com a mãe é decisiva para o seu desenvolvimento.
Para um saudável desenvolvimento psíquico e até mesmo físico, as crianças necessitam de estabelecer vínculos, relações seguras com os adultos próximos. Este conceito de vínculo surgiu na última metado do século XX, tendo em conta o facto de as crianças serem separadas das mães quando estas começaram a trabalhar fora de casa. Muitos estudos e investigações foram desde então efectuados nesta área.
As crianças, logo ao nascer, tem uma enorme capacidade de criar vínculos com os adultos do seu próprio ambiente, mais concretamente com a mãe, e por consequência, são também capazes de fazer diferenciação entre os vários níveis de vinculos. Estas funções são fundamentais para o seu desenvolvimento emocional e cognitivo. A vinculação do bébé, no primeiro ano de vida, com a mãe e outros adultos do ambiente familiar proporciona um sentimento de segurança.
Entre os seis e os dez anos, apesar de alargar laços nas suas relações sociais e de desejar ser autónoma, a criança tem necessidade da protecção da familia, para ela a família é o mais importante, sente-se dependente dela.
Quando chega a puberdade sente-se, de certa forma, dividida . Por um lado sente desejo de se desvincular por outro lado precisa da aproximação aos vínculos familiares. Nesta fase a criança começa a olhar para o outro como alguém psicológicamente diferente de si e inicia novos tipos de relações. No entanto, quando a vinculação construída pelos familiares nos primeiros anos de vida é eficaz, a criança torna-se num adulto seguro e próximo do ambiente familiar.
Escolha um dos autores a seguir apresentados. Elabore uma pequena biografia e explique o contributo das suas ideias para a psicologia do desenvolvimento.
Referencie, adequadamente, a bibliografia utilizada.
A sua resposta deve ter, no máximo, 600 palavras (independentemente da bibliografia).
Escolhi falar sobre Lev Semenovitch Vigotsky porque admiro o facto de, não obstante, ter vivido tão pouco tempo, deixou-nos um legado fabuloso sobre o desenvolvimento humano.
Nasceu na Rússia, em Orsha, em 1896 numa família judia abastada e morreu muito novo, com tuberculose, em 1934. Estudou Direito, História e Filosofia. Sempre muito interessado por psicologia, concluiu uma tese de doutoramento em Psicologia da Arte, defendida no ano de 1925. Viveu a Revolução Russa de 1917 e estudou Marx e Engels, o que o fez propor a reorganização da Psicologia a partir da teoria do materialismo histórico, chamando-lhe “psicologia cultural histórica”. Participou em acções de alfabetização em aldeias nómadas onde fez testes neurológicos às populações e foi formador de professores. Este facto despertou-o para o estudo sobre os distúrbios na aprendizagem e na linguagem. Preocupou-se em entender como é que as pessoas, ao escreverem, articulam as suas ideias. Fez pesquisas sobre este tema e, como nos diz Garcia na apresentação da versão electrónica de Pensamento e Linguagem de Vigotsky, concluiu que “a estrutura da língua que uma pessoa fala influência a maneira com que esta pessoa percebe o universo” e desenvolveu conceitos de forma a que possamos entender as “origens das nossas concepções e as formas como as exprimimos: “pensamento egocêntrico”, “pensamento socializado”, “conceito espontâneo”, “conceito científico”, “discurso interior”, “discurso exteriorizado”, e tantos outros.”(2001)
Vigotsky colaborou em trabalhos muito importantes com Alexander Luria e Alexei Leontiev que após a sua morte divulgaram os seus trabalhos que foram proibidos na Rússia de Staline. No Ocidente, o seu primeiro livro a ser publicado foi Pensamento e Linguagem, em 1962 nos Estados Unidos.
Semenovitch Vigotsky considera que o desenvolvimento psicológico do ser humano é dinâmico e feito de “mudanças bruscas e inversões [...] e conduz, em última análise, à formação de funções mentais culturais elevadas”(Kozulin, 1986, p.266). O homem desenvolve-se através das experiências vividas que se vão reflectindo e regulando as competências que vai adquirindo. Em relação às crianças, Vigostky defendeu que as mesmas são muito activas no que diz respeito a aprendizagens pois estão, desde muito cedo, atentas a tudo o que as rodeia, sempre com uma enorme curiosidade. No entanto, as crianças precisam dos adultos, não só para os questionarem como para se conseguirem integrar no meio social em que estão inseridas. Assim, “a presença dos pais, professores e outros adultos é fundamental para o seu processo de aprendizagem, dado que a criança desenvolve o seu pensamento através de uma orientação externa num contexto social carregado de experiências a serem realizadas.” (Tavares et al., 2007, p.54)
Para Vigotsky, a sociedade influencia decisivamente as funções intelectuais superiores do ser humano e a sua construção psicológica. Nos estudos que fez e a que chamou psicologia cultural histórica demonstrou que o nosso cérebro assimila a cultura de tal forma que a mesma começa a fazer parte de nós próprios, e que todas as funções que fazem parte do desenvolvimento cultural acontecem duas vezes, em primeiro lugar socialmente na interacção com os outros e em segundo lugar psicologicamente, de si para si. Surge assim o conceito de zona de proximidade. Gradualmente a criança vai passando da fase de resolver os seus problemas na presença e com a ajuda dos adultos até que os resolve sozinha.
Um dos principais pressupostos deste autor é que o ser humano desenvolve-se nas relações que tem com o outro, sendo a aprendizagem o resultado destas relações.
Apesar da sua curta existência, Vigotsky deixou-nos várias obras, entre elas Psicologia da Arte, Pensamento e Linguagem, A Formação Social da Mente, Psicologia Pedagógica e em parceria Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem.
BIBLIOGRAFIA:
wikipédia. Consultado a 3 de Abril de 2011 em http://pt.wikipedia.org/wiki/Lev_Vygotsky
Ebooks Brasil. Consultado a 3 de Abril de 2011 em http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/vigo.html
Tavares, Pereira, Allen Gomes, Monteiro e Gomes (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Porto: Porto Editora.
Kozulin, A. (1986). The concept of activity in soviet psychology: Vygotsky, his disciplines and critics. American Psychologist, 41 (3), 264-274.
Questão 2
Imagine que está a desempenhar funções de técnico de educação numa instituição. Planifique uma sessão de formação sobre a importância da psicologia do desenvolvimento na educação. Especifique: a) o tema da sessão; b) os destinatários; c)a duração em tempo; d) os objectivos; e) os recursos que vai utilizar; f) a metodologia de trabalho; g) a sequência(guião) de ideias que vai abordar; h) a bibliografia utilizada.
Na sua resposta deve utilizar, no máximo, 2 páginas A4.
Sessão de formação sobre “a importância da psicologia do desenvolvimento na educação – Motivação e Aprendizagem”
Tema da sessão: Motivação e aprendizagem nos jovens do ensino secundário.
Destinatários: Professores do Ensino Secundário.
Duração em tempo: 30 minutos.
Objectivos: Despertar os professores de Ensino Secundários para a necessidade de existir motivação nos jovens para uma melhor aprendizagem.
Metodologia de trabalho: Num primeiro momento, e apoiando-me numa presentação em PowerPoint explicaria os principais conceitos desta temática assim como toda a parte teórica da mesma.
Num segundo momento, abriria a sessão à discussão sobre o tema: os professores teriam oportunidade de expressar as suas opiniões e experiências nesta área.
Finalmente, poderiam expor as suas dúvidas.
Guião da sessão de formação
Conceito de Desenvolvimento Humano: mudanças que vão acontecendo ao longo da vida de um ser humano, no seu pensamento, na sua personalidade, nos seus comportamentos e que são o resultado de várias interacções internas (biológicas) e externas (o meio físico, social e psicológico). Estas mudanças vão acontecendo ao longo do tempo progressivamente de estádio em estádio da estrutura psicológica do individuo. A evolução humana é feita por estádios de desenvolvimento. Cada estádio tem as suas características próprias, é como um patamar de escadas que vai levando o homem a uma adaptação e integração ao meio cada vez mais perfeita. Para este estudo é importante ter em consideração não só o meio ambiente mas também a hereditariedade.
Existem várias teorias que explicam o desenvolvimento humano: as teorias psicanalíticas, o behaviorismo, cognitivismo e o humanismo. Vou apenas definir e caracterizar a teoria humanista uma vez que considero que é a teoria que mais se adapta ao tema “motivação e aprendizagem”. A máxima humanista é que “as pessoas são espontâneas, autodeterminadas, criativas e tomam decisões autónomas ao longo da sua vida. Esta corrente enfatiza a consciência como um processo básico para o desenvolvimento, maximizando o potencial do ser humano.” (Tavares et al., 2007). Cada um busca o significado da sua existência e eticamente é responsável pelas suas atitudes. Se os jovens estiverem motivados para a aprendizagem, e atendendo à necessidade que cada um tem de se actualizar e de desenvolver as suas capacidades e potencialidades, a prendizagem faz-se sem grandes problemas.
Conceito de Motivação: “é um processo psicológico, uma força que tem origem no interior do indivíduo e que o empurra, o impulsiona a uma acção.” (Garrido, 1990) A motivação acelera o desempenho.
Conceito de Aprendizagem: é um processo dinâmico de captação de conhecimentos teóricos e/ou práticos que implica desenvolvimento de competências e mudança de comportamentos.
Motivação e Aprendizagem: Existem ainda muitas incertezas nesta área, importa, pois, investigar e experimentar processos de motivação, porque conhece-se muito pouco sobre a forma como a motivação é dinamizada no interior de cada um. A motivação é activada pelo impulso e o desejo, pelo que urge instigar os jovens à aprendizagem através de métodos que lhes proporcionem o desejo de aprender, de conhecer mais sobre as matérias. A motivação facilita a aprendizagem e leva a um ciclo em que a aprendizagem origina mais motivação e assim sucessivamente.
Por exemplo, se um professor de Literatura Portuguesa, ao ensinar Os Lusíadas, for contando quadra a quadra, a História de Portugal, munido de ferramentas como apresentações em PowerPoint com imagens em movimento, filmes, caricaturas, fotos de locais, mapas, curiosidades, etc., poderá ajudar a motivar os alunos para a aprendizagem dos textos literários de os Lusíadas que tantas vezes se tornam tão fastidiosos para os jovens.
A partir daqui, ficaria aberta a discussão sobre o tema, e seguidamente um tempo para esclarecimento de dúvidas.
Garrido, I. (1990). Motivacion, emocion y accion educativa. Âmbitos de aplicacion de la psicologia motivacional. Mayor, L. & Tortosa, F.(Ed). Bilbao
wikipédia. Consultado a 3 de Abril de 2011 em http://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem
Tavares, Pereira, Allen Gomes, Monteiro e Gomes (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Porto: Porto Editora.